Hubble descobre objeto único no Sistema Solar 21.09.17 21:21
A melhor maneira de entender a formação e a evolução do nosso Sistema Solar como um todo é através do estudo, da origem e da evolução de objetos como os chamados cometas do cinturão principal de asteroides. Esses objetos são asteroides localizados no cinturão de asteroides do Sistema Solar, entre as órbitas de Marte e Júpiter, mas que mostram atividade semelhante ao que acontece com os cometas.
O estudo desses cometas do cinturão principal de asteroides pode ajudar a responder questões, como por exemplo, como a água chegou na Terra, algo que é crucial para entendermos como a vida se formou, mas que ainda é um grande mistério.
A questão é que, poucos objetos desse tipo são conhecidos, e além disso, menos ainda são aqueles que se aproximam da Terra ou do Sol, a uma distância suficiente para que sejam estudados de forma detalhada.
Isso aconteceu em Setembro de 2016 com o asteroide 288P. Esse objeto fez nessa data sua maior aproximação do Sol e também da Terra, e os astrônomos rapidamente acionaram o Telescópio Espacial Hubble para fazer imagens detalhadas do objeto.
E quando os astrônomos analisaram as imagens veio a surpresa, o 288P não era um objeto único, mas sim um objeto binários, ou seja, dois asteroides, de massa equivalente, tamanho equivalente orbitando um ao outro a uma distância de cerca de 100 quilômetros.
Mas não foi só isso, além de ser duplo, os astrônomos identificaram no 288P uma atividade similar àquela que ocorre nos cometas, uma sublimação de gelo de água devido ao aumento do calor e assim o 288P criou uma feição parecida com uma cauda.
Com os dados do Hubble, os pesquisadores conseguiram estimar que o 288P existe como um sistema binário há somente 5000 anos, e conseguiram também vislumbrar o cenário da sua formação.
Provavelmente o 288P sofreu uma ruptura devido à sua rápida rotação, depois disso, os dois fragmentos começaram a migrar para mais distante um do outro devido aos torques gerados pelo processo de sublimação.
O 288P é muito diferente de todos os asteroides binários já estudados, é na verdade uma amostra única, então, os astrônomos têm muito trabalho pela frente, para elaborar modelos teóricos mais confiáveis, além é lógico de tentar de alguma forma observar mais exemplares como o 288P.
Outro ponto interessante dessa pesquisa, é como o Hubble ainda tem muita lenha para queimar.
Fonte
Space Today