Oumuamua tem formato diferente de todos os asteroides já estudados
Divulgação/European Southern Observatory/M. Kornmesser
Astrônomos de todo o mundo ficaram intrigados pela visita de um objeto interestelar ao sistema solar no último mês de outubro. A velocidade e a trajetória do asteroide visitante sugerem que ele tenha origem em outro sistema planetário. Esse é o primeiro registro de um corpo celeste desse tipo, segundo os cientistas da agência espacial norte-americana Nasa.
Nesta terça-feira (21), foram divulgadas informações sobre esse "visitante": é uma rocha em forma de charuto com uma tonalidade um pouco avermelhada. O asteroide recebeu o nome de Oumuamua pelos cientistas responsáveis pela descoberta. O corpo tem cerca de 400 metros de largura e pode ter até dez vezes esse tamanho em comprimento. Esse aspecto faz com que o "invasor interestelar" seja maior do que qualquer outro asteroide ou cometa já observado no sistema solar.
O aspecto alongado do asteroide, diferente de todos os já vistos, pode revelar como outros sistemas se formaram. As análises e descobertas a respeito do Oumuamua foram publicadas no jornal científico Nature. Segundo cientistas, o objeto estaria vagando pela Via Láctea, sem estar preso a nenhum sistema por centenas de milhões de anos antes de encontrar o sistema solar.
O administrador associado do diretório de missão científica da Nasa em Washington (EUA), Thomas Zurbuchen comentou a descoberta:
— Por décadas, nós teorizamos que tais objetos interesterlares estariam por aí e agora — pela primeira vez — nós temos evidência de que eles existem.
Zurbuchen ainda chamou a descoberta de "histórica", porque abre uma nova janela de estudos sobre a formação de outros sistemas. A Nasa divulgou um vídeo explicando a importância do feito (conteúdo em inglês):
Após o anúncio da chegada do Oumuamua, vários telescópios ao redor do mundo passaram a observar o objeto, o que permitiu seu estudo mais aprofundado.
As propriedades encontradas apontam que o asteroide é denso, feito de pedra e possivelmente metais, não possui água ou gelo e tem sua superfície avermelhada por conta dos efeitos da radição de raios cósmicos recebida ao longo dos anos.
Fonte
R7