NASA lança sonda InSight para estudar o interior de Marte 05.05.18 18:22
BASE AÉREA DE VANDERBERG, Califórnia - A Nasa lançou neste sábado sua nova sonda InSight, que estudará a atividade tectônica de Marte para desvendar o mistério da formação de planetas rochosos e preparar possíveis missões tripuladas humanas para explorar o planeta vermelho.
“Três, dois, um, lançar!”, declarou um comentarista da Nasa no momento em que o veículo, batizado Exploração do Interior Usando Investigações Sísmicas,, Geodésia e Transporte de Calor (InSight na sigla em inglês) levantou voo no céu nublado e ainda escuro às 04h05 no horário local (8h05 em Brasília), a partir da Base Aérea americana de Vandenberg, na Califórnia.
Originalmente, o lançamento da InSight estava programado para 2016, mas a descoberta de vazamentos em um dos instrumentos da sonda meses antes da data forçou seu adiamento. As janelas de lançamento favoráveis para Marte ocorrem apenas a cada dois anos.
Se tudo correr de acordo com o plano desta vez, a sonda deve chegar ao seu destino em 26 de novembro, quando se tornaria o primeiro aparelho da Nasa a pousar em Marte desde o veículo-robô Curiosity, em 2012.
Como Terra e Marte provavelmente se formaram de forma similar há cerca de 4,5 bilhões de anos, a agência espacial americana espera que a missão ajude a compreender porque ambos os planetas são tão diferentes.
- Como fomos de uma bola de rochas com poucos relevos a um planeta que pode ou não sustentar a vida é uma questão crucial na ciência planetária - disse Bruce Banerdt, o pesquisador principal da missão InSight junto ao Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL) em Pasadena, Califórnia. - Gostaríamos de poder entender o que aconteceu.
A InSight recolherá dados por meio de três instrumentos: um sismômetro, um dispositivo para localizar com precisão a sonda enquanto Marte oscila sobre seu eixo de rotação e um sensor de fluxo de calor inserido a cinco metros no subsolo marciano. Os Estados Unidos investiram US$ 813,8 milhões no lançamento do foguete com a sonda, enquanto a França e a Alemanha forneceram US$ 180 milhões para os instrumentos que serão usados para os estudos em Marte, segundo a Nasa. Além disso, a agência americana gastou US$ 18,5 milhões de dólares em um par de mininaves espaciais que acompanha o foguete.
Os cientistas esperam registrar até uma centena de terremotos no decorrer da missão. A maioria deveria ser inferior a seis graus de magnitude. Estudar a forma como as ondas sísmicas se deslocam através da crosta, o manto e o núcleo de Marte poderá ajudá-los a saber mais sobre como estão constituídas as diferentes camadas do interior do planeta e que espessura têm.
Fonte
O Globo