Se você está ligado no TecMundo desde a manhã de hoje (18), já deve saber que a Google foi multada pela União Europeia em 4,3 bilhões de euros, o equivalente a US$ 5 bilhões ou R$ 19,1 bilhões, por práticas consideradas ilegais pelas autoridades antitruste do bloco econômico.
Porém, os motivos que levaram a União Europeia, por meio da delegada Margrethe Vestager, a impor essa pesada punição à Google foram detalhados pela Business Insider e tratam-se de práticas comerciais – três delas, para ser mais específico – que as autoridades do bloco econômico consideram criminosas e que ferem a competitividade no mercado do qual a empresa faz parte.
Navegador e busca pré-instalados
Essa pré-instalação, de certa maneira, 'força' as pessoas a usarem esses aplicativos específicos visto que já estão lá
De acordo com o relato de Vestager, a Google obriga os fabricantes de smartphones que usam o sistema operacional Android a pré-instalar em seus dispositivos a ferramenta de busca da empresa e seu navegador, o Chrome. Apenas assim é possível ter acesso ao Google Play para realizar o download de outros aplicativos diversos disponibilizados pela loja online.
Essa pré-instalação, de certa maneira, “força” as pessoas a usarem esses aplicativos específicos visto que já estão lá, ao alcance fácil dos usuários. Isso é comprovado pela quantidade baixíssima de pessoas que optam por usar outro navegador além do Chrome ou, ainda mais difícil de ver, outro sistema de busca online além do Google.
Pagando para usar
Outro caso pelo qual a Google foi acusada – e condenada – foi o pagamento por parte da empresa para fabricantes de smartphone para que pré-instalassem seu sistema de busca no sistema Android de seus dispositivos. Com 95% das buscas feitas no Android tendo usado a ferramenta de procura da empresa, era nítido que outras companhias do mesmo ramo não eram capazes de igualar o incentivo financeiro dado pela Google.
"Medidas como essa podem ser responsáveis por acabar com a chance de sucesso de qualquer outro sistema operacional concorrente"
Para os fabricantes de smartphones não era nada mal: eles levavam uma bolada a mais para escolher pelo cliente, entregando a eles em seus produtos finais o aplicativo de busca da Google já funcionando no celular. Assim, a ferramenta seria muito mais utilizada do que qualquer outro concorrente.
Só pode vender Android
O terceiro e último motivo que causou a multa bilionária que a Google deverá pagar para a União Europeia é o fato da empresa proibir os fabricantes de smartphones com Android de comercializarem celulares versões alternativas do sistema operacional. Caso uma dessas edições fosse colocada em um dispositivo, ele seria incapaz de acessar os aplicativos da Google, entre eles sua loja online e outros, como YouTube, a ferramenta de busca, o Chrome e muito mais.
Medidas como essa podem ser responsáveis por acabar com a chance de sucesso de qualquer outro sistema operacional concorrente, como foi o caso do Fire OS, da Amazon, que pela restrição da Google só poderia rodar em celulares da própria Amazon, visto que outros grandes fabricantes de smartphones estavam comprometidos a usarem apenas o Android.
Fonte
Tecmundo